William é a arma perfeita para desarmar o Leverkusen

Amanhã defrontamos o Bayer 04 Leverkusen em nossa casa. E William Carvalho poderá ser a peça perfeita para para anular o conjunto germânico. Mas para perceber melhor porque poderá ser ele a arma perfeita para desarmar o Leverkusen temos de perceber como jogam os alemães. Alemães esses que ocupam o terceiro lugar da sua liga.

Tal como o Sporting de Jorge Jesus o Leverkusen de Roger Schmidt apresenta-se num 4-4-2. E tal como o Sporting actual usa uma pressão a todo o campo, usando os avançados para pressionar os defesas logo para começar.

Mas depois vem uma diferença. No caso de Roger Schmidt os seus médios apresentam-se os quatro em linha, sempre pressionando as unidades intermédias adversários, recuando e avançando em bloco quando o adversário se aproxima da defesa.

Ao contrário de Jorge Jesus que deixa em linha apenas três médios, recuando William para ficar entre linhas. Isto dá um jogador extra a servir de apoio entre a defesa e o ataque, mas permite sempre que o ala adversário do lado oposto à bola fique sem marcação, exigindo mais pulmão ao nosso meio campo.

E onde pode ser decisivo William neste confronto? Defensivamente terá de saber apanhar algum médio adversário que consiga sair da zona de pressão. Isto é certo e linear. Mas o mais importante vai ser o seu jogo quando o Sporting tem a bola.

Ao ser pressionado o nosso meio campo deverá ter em William um homem sempre livre que poderá receber, rodar e reencaminhar a bola, evitando assim a pressão adversária. Para isto William terá de estar concentrado, focado e sempre bem posicionado. E se ele jogar, e se quisermos mesmo vencer este jogo, terá de ser muito por esse caminho. Se deixamos a pressão do Bayer Leverkusen engolir o nosso meio campo, tudo será mais difícil…
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Comentários

9 comentários a “William é a arma perfeita para desarmar o Leverkusen”

  1. Ricardo Sá Pinto

    Tenho sempre muito prazer em ler estas análises ao Sporting e que possamos todos, em amizade leonina, partilhar das nossas ideias.
    Concordo com o que o que foi dito, se estivéssemos a falar do William de há dois anos e mais ainda do William do ano passado. Mas o William deste ano é um jogador diferente. E não necessariamente para melhor. Esta é uma apreciação relativamente objectiva – e não vou entrar em considerações acerca de quais são os motivos dessa baixa de forma, mas é evidente para todos que ela existe.
    Até esta época, William era o jogador em quem poderíamos confiar que, com a bola nos pés, ninguém lha roubava: rodopiava, abria os braços, aumentava a amplitude com as pernas, mas era muito, muito difícil tirarem-lhe a bola. E depois de sacar a falar ou se desembaraçar dos mais afoitos, jogava simples para um dos médios soltos. Não é um jogador intenso, nem de sprints, nem o veríamos de bofes de fora – sempre composto, cabeça fria e olhos abertos. O deste ano tem sido um William diferente, deixa-se desarmar com frequência, (ainda) mais mole na pressão, falhar passes, a ser desarmado em situações comprometedoras para a própria equipa. Noutros jogos passa completamente ao lado, apático e sem intervenção positiva. E isso não me deixa nada tranquilo.
    Antes de mais deixem esclarecer que adoro ver o William a jogar. Não sou fã do JJ, mas disse a toda a gente que achava que seria ele o jogador mais beneficiado, que iria ganhar amplitude ofensiva chegando mais vezes à frente, que deixaria de estar tão preso lá atrás no meio dos centrais, que JJ faria dele um Matic com mais capacidade de retenção de bola, que o faria ser um melhor transportador de bola. Mas infelizmente tem-se verificado o contrário.
    E também por isso não percebo porque na abertura de mercado não foram buscar alguém para concorrer directamente com ele na posição. A concorrência faz bem, vejam como o João Pereira passou a atinar depois de terem ido buscar o Schelotto.
    Espero que o William decida virar a página neste jogo e volte a ser quem era: Sir William.

    1. Antes demais tenho de agradecer as palavras. Sabem muito bem ler.
      Quanto ao William deste ano versus o dos últimos. Bem, tenho de concordar que está num nível exibicional muito mais baixo. Se bem que acho que o abaixamento de rendimento vem já da era de Marco Silva, mas isso são outras questões.

      No entanto uma coisa tem melhorado com Jorge Jesus, que é a colocação de passes de longa distância. Temos visto muito mais passes de William a abrir para as laterais ofensivas, lançando mais em profundidade e menos para o pé.

      Mas toda a minha análise foi com base no que sei que William é capaz, não naquilo que tem feito recentemente. E eu acredito que na ponta final desta época, que espero triunfante, ressurja o verdadeiro Sir William.

      Quanto ao mercado, penso que fomos mesmo buscar a concorrência a William, na figura de Rúben Semedo. A quantidade absurda de lesões dos centrais é que o levaram a fixar no centro da defesa. Mas continuo convicto que muito do seu retorno foi pelas qualidades que consegue emprestar a meio campo.

      1. Ricardo Sá Pinto

        E não será que a amplitude de acção do Rúben Semedo não é mais bem aproveitada atrás do que à frente da defesa? Ainda não vi o suficiente dele para perceber se tem capacidade de protecção de bola sob pressão suficiente para exercer a função de transições em situações de aperto.
        E é outra questão que se pode levantar: tantas lesões? Que se passa? Acaso? Ou preparação deficiente?

        1. Ele não tem grandes caracteristicas para segurar a bola e proteger como o William.

          No entanto tem capacidade técnica e reação, sendo por isso mais provável que tente decidir rápido com um passe de primeira. Nessa posição é também uma solução válida.

          E depois tem alguma “loucura”. Em vez de proteger a bola não admira que simplesmente inverta a ordem e avance logo ele com bola controlada fazendo uma situação de superioridade numérica. Claro que se num lances desses perde a bola…

          1. Ricardo Sá Pinto

            Ele alia características interessantes para jogar naquela zona do terreno: em termos defensivos a estampa física, sentido posicional, velocidade na antecipação, capacidade de jogar em contacto, instinto de desarme. Não sei se tem ritmo e intensidade (porque ainda não o vi o suficiente). Em termos ofensivos, sim, essa velocidade a subir, imprevisibilidade, está no jogo de forma positiva (passa rapidamente do modo defensivo para modo ofensivo), capacidade de passe longo. Ainda há muitas incógnitas, mas é tudo uma questão de ter oportunidades naquela posição.

            No entanto, amanhã vai ter de jogar a central. E tendo em conta ser uma dupla algo verde, o William terá de jogar, mais pelo que poderá dar em termos de rotinas entre os centrais, do que por qualquer outra coisa. Tenho escrito algumas vezes, neste momento talvez não fizesse mal ao William descansar do que estar a sujeitá-lo a maus jogos e à desmoralização que daí possa advir. Até prefiro que joguem com o Adrien (apoiado pelo João Mário) que compensa em vontade e velocidade o que lhe falha em perfil específico para a função.

        2. Vamos ver se a renovação não deu ao William o estímulo mental que precisava. Neste último jogo já esteve bem melhor. E sim, concordo que em jogos com uma dupla de centrais que ainda se está a conhecer ter William é uma mais valia. Aliando a isso a suspensão (por série de amarelos) que o tira do jogo com o Boavista, acho que é automaticamente titular.

          Quanto ao Semedo, a dúvida passa, como em quase tudo sobre ele, pela questão mental. Será que aguenta a posição? Será que sabe quando tem de refrear, e quando tem de entrar mais agressivo?

          Mas sim, ainda não percebi se será um projecto de excelente defesa central, ou de médio defensivo. A mesma dúvida que tínhamos com o Eric Dier, se bem que esse era mais lento mas melhor ainda tecnicamente.

          1. Ricardo Sá Pinto

            Nunca tive dúvidas que o Dier era central. Demasiado lento para médio centro e notava-se a completa ausência de à vontade. Foi um crime o que lhe fizeram contra o carnide. E não terá pesado pouco na decisão de não renovar (dos maiores erros de gestão cometidos por um clube que insiste em não aprender com o que se passou com o Futre até ao Carrillo – o jogador só começa a época se a situação contratual estiver tratada. Até lá, não calça).

    2. “William era o jogador em quem poderíamos confiar que, com a bola nos pés, ninguém lha roubava: rodopiava, abria os braços, aumentava a amplitude com as pernas, mas era muito, muito difícil tirarem-lhe a bola”

      A jogar contra jogadores que andam a comer sandes talvez, a jogar contra profissionais com um mínimo de qualidade, nunca. Mais, ele tem grande dificuldade quando joga sobre pressão, torna-se num jogador trapalhão.A sua mais valia era a sua capacidade de correr km, ouve jogos em que correu mais de 12,5km, o que é muito. Para se atingir esses níveis geralmente só se consegue tomando as vitaminas que os outros não tomam, e TALVEZ por isso tenha originado aquela lesão, pois essas lesões dão-se geralmente,nem sempre, quando o organismo é submetido a mais do que ele consegue dar naturalmente.

      1. Discordo por completo. Mas percebo a desvalorização que por vezes tanta gente de fora tenta dar a William.

        Ele corria 12km por jogo, um jogador como Moutinho corre 10-11km/jogo. Tendo em conta a amplitude da passada, derivado a sua altura, é que ele corria mais. Não por gastar mais energia.

        A sua maior arma era a qualidade técnica, e a capacidade de reter a bola tanto contra adversários mais físicos, como contra mais tecnicistas. E a lesão foi um contratempo, mas os grandes jogadores voltam sempre.

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