O Vitória Futebol Clube é aquele clube contra quem gosto de jogar. O Bonfim é normalmente uma tarde bem passada a uma meia-hora de Alvalade, entre comes e bebes numas roulottes jeitosas ao lado do estádio. E é sempre bom ter um clube ao lado de Lisboa em vez de ter de fazer 600km num jogo fora de casa.
Mas desde 2009 que o Vitória Futebol Clube tem estado a perder a sua identidade. Precisamente o ano em que Fernando Oliveira entrou para a presidência do clube sadino. Entre negociatas com os filhos, bombas de gasolina que pertenciam a uns e passaram para outros, projectos de academias-fantasma que nunca chegaram a existir e uma subserviência gigante ao SL Benfica, o Vitória Futebol Clube foi deixando de ser dos sócios para pertencer a uns rapazes que foram saqueando o Clube ao longo dos anos.
Todos os anos é a mesma história: será que o Vitória tem os salários em dia? E todos os anos, magicamente, aparecia um “abono de família” ou uma certidão “mágica” que permitia o Vitória inscrever-se a tempo e horas, sem aparentes dívidas.
Mas estas coisas, por norma, não duram para sempre. O fim andava a ser prolongado, lentamente, época após época. Os Vitorianos cada vez mais afastados do Clube (curiosamente em todas as modalidades menos no andebol – perguntem a qualquer andebolista que lá jogou sobre o ambiente que se vive lá!), cada vez mais fartos daquilo que estava à vista de todos: a morte lenta do Vitória FC.
Felizmente, chegou ao fim. Pedro Proença finalmente deu um murro na mesa e acabou-se a brincadeira. A Liga Portugal não permitiu a inscrição do clube sadino e o TAD confirmou a decisão após recurso do Vitória. As pressões feitas por Luis Filipe Vieira, entre portas e travessas, para que o clube se mantivesse na Primeira Liga falharam por completo. O VFC vai jogar a próxima época no Campeonato de Portugal.
#ProençaBem
PS: Aos Vitorianos, um abraço. Não será fácil ver o nosso clube ter que passar por uma situação destas. Diz-me a minha intuição que isto será um mal que vem por bem. Finalmente poderão fazer a triagem de quem quer o bem do Clube e os abutres que o rodeavam. E quando voltarem, certamente serão enormes outra vez. Um bem-haja
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