Disse aqui publicamente (link) que esperava que com a saída de Nuno Farinha do Record este pudesse passar a ter uma linha mais honesta.
A primeira capa desse mesmo jornal no dia seguinte à sua saída parecia apontar a esse facto. No entanto nada como ler os editoriais dos dias seguintes para perceber a direcção tomada.
24 de Março – António Magalhães
António Magalhães, director do Record, pelo que sei não é Benfiquista. Mas não mistura preferências clubísticas com o seu negócio e no seu editorial de sexta feira deu mais uma vez um mote vermelho.
O texto contém quatro parágrafos. O último, e mais pequeno, em três pequenas frases refere que Júlio Mendes foi reeleito em Guimarães.
Nos outros três é uma toada do agrado da propaganda Vieirista. No primeiro diz que Vieira afirmou que nada ganham contra ninguém. E que evitou falar dos outros clubes ou ofendê-los. Gosto especialmente desta sua frase, nada propagandista:
Seguidamente refere que o presidente foca na união dos seus adeptos como o caminho para ganhar o penta. Lá disse que o foco de Vieira era a união dos adeptos e da equipa e que era tudo gente solidária, vá-se lá acreditar nisso.
Fecha o capítulo Benfica falando que das polémicas apenas referiu que iria defender os seus até ao fim. E que nunca deixaria cair nem Paulo Gonçalves nem ninguém. Nada como parecer um grande líder que nunca deixa cair os seus. Claro que se nos formos lembrar dos crimes que é acusado Gonçalves e Vieira bem sabemos é que não o deixa cair, tal como a Pedro Guerra ou Domingos Soares de Oliveira, é porque mal o fizer eles falarão de tudo…
25 de Março – Bernardo Ribeiro
Bernardo Ribeiro tem sido dos Sportinguistas com cargos na imprensa menos anti-Direcção do Sporting. Como tal esperava que o seu editorial de sábado, e já sem teoricamente o jugo de Farinha, tivesse pelo menos uma referência à inauguração da Loja Verde da Baixa Pombalina, no dia anterior.
Nada disso, e os três parágrafos do seu textos referem sempre o Benfica, e só pelo lado positivo. Vá, existe no fim esta linha de PS, em que não há referências ao clube vermelho nem a Vieira.
De resto é falada a formação do Benfica como um exemplo de sucesso, pela mão clara de Vieira. Esta frase por exemplo é um exemplo do lambe-botismo vermelho presente no texto.
De resto a única referência em todo o texto ao Sporting é para elogiar Vieira,. Dizendo que este percebeu que o paradigma da formação que “durante muitos anos foi querido e cuidado em Alvalade” era o certo e o aplicou.
Aqui Bernardo, se querias ser honesto e não visto como cartilheiro, deveria ser “Desde há muitos anos é querido e cuidado em Alvalade”, ok?
26 de Março – António Magalhães
Terceiro dia, segundo editorial do Director António Magalhães, e uma expectativa de ver se não ia ser mais um vermelho. Foi o menos vermelho dos três é certo, mas mais de metade do texto é dedicado a falar de Luís Filipe Vieira e Bruno de Carvalho.
Segundo António Magalhães chegou-se ao ponto de não retorno das relações entre ambos os presidentes. Claro que dando a entender que aqui a culpa é de ambos. Segundo o texto Vieira foi muito agressivo no seu discurso, comparem com o que ele disse a 24 de Março…, e Bruno de Carvalho fez acusações graves sobre Vieira.
Claro que podia referir o que Bruno de Carvalho disse como: enumerou factos complicados sobre Vieira, seria mais correcto visto se tratarem de factos certo? Mas segue aquela linha que toda a conflitualidade no Futebol em Portugal ou é gerada por Bruno de Carvalho, ou pelo menos este está lá no meio.
Conclusão
Textos demasiadamente vermelhos? Sim, para o meu gosto claramente que sim. E em três dias ter sempre esse foco, ignorando algumas coisas mais relevantes do Sporting custa sempre ver. Mas penso que caso algum destes editoriais tivesse sido escrito por Nuno Farinha teria sido bem pior.
Não é assim que me voltam a ter como leitor caros Director e Director Adjunto do Record. Mesmo que no café leia um pouco do que escrevem, pagando apenas o café pois claro.
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