Há uns dias, após a vergonha passada frente ao Marselha em Alvalade, estive para fazer um texto a comparar Paulo Bento e Rúben Amorim. Não o fiz, por falta de tempo, mas agora depois desta vergonha frente ao Varzim será feito.
Para isso é preciso recuar até 2005/06, em que com tudo em brasa Paulo Bento é promovido para treinador principal. O jovem treinador nessa fase pegou, e bem na equipa, lançando inúmeros jovens jogadores, apostando neles sem medo e por muito pouco, e uma mão de Rony, não ganhando o campeonato na sua segunda temporada.
Adoptou uma postura tática diferente dos restantes, com o famoso losango, e a equipa jogava sempre com garra, com alma, e uma vontade hercúlea de vencer.
Tudo corria bem, mas a cada ano lá vendiam-lhe um ou dois dos melhores, e garantir alternativas a sério, era mentira. Mas lá nos iam a acenar estarmos cada vez melhor, e que financeiramente era alcançado o equilíbrio.
O Presidente dependia do treinador, colou-se a ele fortemente, neste caso Bettencourt, com o célebre Paulo Bento forever. No entanto, na realidade deixava-o sozinho na sala de imprensa, especialmente nas derrotas, e a comunicação tinha de ser Paulo Bento a gerir.
Era ele o rosto para tudo, desgastando-se a cada dia, perdendo a chama e a vontade, e a equipa a jogar de ano para ano mais desanimada e desalmada.
A aposta em jovens que tinha sido o ênfase da mudança táctica do inicio da sua abordagem transformou-se na aposta inexplicável em adaptações que já ninguém entendia, e a cada nova má jornada lá surgia o cada vez mais desesperado e desanimado Paulo Bento na sala de imprensa.
Lá vinham os jogadores trazidos por uma direcção que ninguém percebia muito bem porquê, por vezes nem mesmo Paulo Bento, até ao ponto em que ele próprio se foi embora, indo o projecto que se dizia existir, e que afinal era apenas ele.
Isto para depois entrarmos em mais uma roda viva ainda com Bettencourt, e depois com Godinho Lopes mas mantendo muita da estrutura, tendo muita gente ainda a dizer que o mal era de Paulo Bento, e isso sendo muito passado na imprensa.
Hoje sinto-me triste, não só por causa do resultado, mas por ver em Rúben Amorim muito de Paulo Bento, e se lerem bem acima e trocarem alguns nomes, vão ver isso mesmo.
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