Todos sabemos que vivemos num Sporting demasiado bipolar neste momento. Tudo aquilo que for feito agora será sempre visto por duas franjas de Sportinguistas vocais com um espirito frenético e irracional. Esta renumeração de sócios que ocorreu no Sporting é mais um exemplo disso.
O maior problema é que qualquer decisão tomada hoje em dia, especialmente se for em sentido diferente de uma decisão tomada pela direcção de Bruno de Carvalho, é recebida com aplausos irracionais de um lado e criticas irracionais de outro.
Existem decisões diferentes, que podem fazer sentido ambas no contexto em que foram tomadas, ou apenas opções aceitáveis que resolveram tomar de forma diversa. E devem ser analisadas por si, racionalmente, e que só assim serão lógicos os aplausos ou criticas, para evitar a acefalia.
Vamos portanto perceber as diferenças entre ambas as renumerações.
Renumeração de Frederico Varandas
A actual direcção resolveu tomar como opção retirar todos os sócios falecidos, expulsos ou que tenham pedido expressamente a sua remoção de associado.
Além disso resolveu também retirar da contagem de sócios todos aqueles que tenham as suas quotas em atraso há mais de 24 meses.
Renumeração de Bruno de Carvalho
A direcção de Bruno de Carvalho em 2015 também removeu todos os falecidos, expulsos e que tivessem pedido expressamente a sua remoção de associados.
No entanto, e seguindo a linha que é seguida por exemplo pelos nossos rivais, não retirou mais nenhum número de associado, a não ser os duplicados que existissem por virtude de regressos de sócios com números mais altos que o tivessem feito para evitar pagar as quotas em atraso.
A lógica de cada uma das decisões
A opção de Frederico Varandas pode ser vista como a mais honesta, e realmente é que se aproxima mais da fidelidade ao clube que é vista como estatuto de associado. Havia no entanto um risco comercial elevado. Caso esta renumeração baixasse os números para baixo dos cem mil associados poderia haver consequências comerciais.
É completamente diferente negociar com parceiros como sendo um clube com mais ou menos de cem mil associados. As condições comerciais mudam, e isso pode trazer um problema. Até porque os nossos rivais fazem desta forma as renumerações.
Foi provavelmente a pensar nisto que em 2015 a direcção de Bruno de Carvalho resolveu seguir pelo caminho que tomou. Haveria o sério risco de em 2015 os números ficarem abaixo dos cem mil. Estavam a crescer na altura mas havia esse claro risco.
Como tal não percebo as indignações de nenhum dos lados da barricada. São decisões tomadas por direcções, e é para isso que as elegemos, e existe um racional por trás de ambas que as torna aceitáveis.
Podemos tentar que não seja tudo uma guerra no Sporting e tentar avaliar as decisões apenas e só como decisões que podemos ou não concordar?
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