Em 1940 nasceu o Grupo Stromp. Isto no meio de um período onde o associativismo em Portugal era algo complexo, visto por um lado ser promovido por um regime corporativista, e por outro lado reprimido desde que levantasse qualquer tipo de possível oposição ao poder instituído.
Este grupo foi criado de forma a ajudar as direcções do Sporting, sem cariz político nem politizado, a promover o Sporting e o Sportinguismo. Nessa altura fez sentido, mas infelizmente terminou dez anos depois.
Renasceu no entanto em 1962 e desde aí se tem mantido activo no Sporting, sendo um grupo fechado, de entrada por convite, que se reúne duas vezes por mês para discutir o Sporting. Isso além de atribuir prémios anuais, e de organizar congressos Leoninos em “franchising” pelo Sporting.
E se me chateia que tenha de ser uma associação fechada, e com critérios de admissão bildenberguicos, a organizar algo que deveria ser organizado pelo Clube, por via da sua Mesa da Assembleia Geral, chateia-me mais ainda isto.

Porque raio um grupo fechado, que nem sequer é bem uma Associação, tem lugar de destaque nos Estatutos do Clube?
Podemos olhar para os outros grupos listados. Ter definido que os núcleos, extensões geográficas do Clube, fazem parte desta família é claro. As claques, desde que legalizadas nos termos da lei, também é aceitável. A Fundação Sporting claramente que faz parte. Já os Leões de Portugal, apesar de terem algumas semelhanças aos Stromp, têm um objectivo de tal maneira nobre, no apoio aos Sportinguistas necessitados, que faz todo o sentido estar.
Os Cinquentenários na realidade são de todas a associação mais aberta. Basicamente qualquer sócio com 50 anos de filiação é membro desta associação caso queira. Já os Stromp é o oposto de tudo isto. É um grupo fechado, limitado, e que tem claramente uma ambição única e exclusivamente política, mesmo que tente dizer que não é politizada.
Podemos pensar num movimento como o novo Ser Sporting, ou outros anteriores, e pensar que se calhar se os Stromp são oficiais estes também deviam ser. Até porque servem também para politicamente discutir o Sporting, e avaliar o trabalho feito por quem lidera o clube. A diferença é que todos estes movimentos, ao contrário dos Stromp, são abertos ou pelo menos semi abertos.
Não tenho nada de fundo contra os Stromp no entanto. Não sou contra clubes de amigos que se juntam para discutir politicamente o Sporting. Agora não acho é que devam estar consagrados nos Estatutos. É que assim se formam Sportinguistas de primeira e de segunda, e isso devia ser algo que nunca deveria acontecer.
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