Uma pessoa acorda e como sempre o hábito de ler as capas dos jornais trás um susto sensacionalista preparado. O do dia vinha n’A Bola, sob a forma de uma perda gigante de dinheiro no suposto negócio de Bruno Fernandes.
O primeiro medo que surge é que perderemos metade do valor de Bruno Fernandes para empresários e afins, fugindo assim o dinheiro ao Sporting. Mas como já conheço o suficiente os nossos jornais desportivos esperei para ler o artigo completo.
E ao ler o que surge é isto.


Ou seja, o Sporting tem no contracto de Bruno Fernandes um valor de 10% de uma mais valia futura acordada na altura da compra com a Sampdoria. Nada de novo, e é bom para ambas as partes pois foi o que permitiu comprar o jogador na altura. Não são 10% do valor da transferência, mas anda lá perto.
A isto é somada a comissão de 10% aos agentes. Esta custa-me a pagar, mas na realidade quase todos os grandes negócios do momento sofrem este impacto. Se for apenas esta comissão menos mal, desde que não surjam duplas como em outros negócios como o de Thierry Correia.
Após isto ainda se tem de pagar o fundo de solidariedade da transferência, aos clubes formadores, num valor que ascende a 5% da mesma, espalhada por várias fontes. Mas a este ninguém pode fugir, e até temos sido quem recebe isto mais vezes do que quem paga, por isso só podemos estar de acordo.
Com tudo isto quase 25% da venda vai para outros, mas mais ou menos inevitável, e sinceramente nada diferente das outras grandes vendas que temos visto os nossos rivais fazerem. Falta agora o salto entre os 25% e os 50% de perda que fala A Bola.
Dinheiro da Banca ou do Sporting?
O salto que falta é na realidade o valor de 30% da transferência, depois de descontar todas as despesas. Ou seja 30% do lucro, o que ronda neste caso perto de 16 milhões de euros.
Mas na realidade este dinheiro que dizem ser da Banca é apenas dinheiro que o Sporting irá ser obrigado pelo acordo vigente, ainda do tempo de Bruno de Carvalho visto esta direcção ainda não ter concluído a Reestruturação Financeira, a colocar na conta reserva para a compra das VMOCS.
Ou seja, estes 30% de lucro serão não da Banca mas sim do Sporting e reservados a recomprar parte do nosso próprio capital social. O Sporting no fim do dia irá lucrar 75% do valor da transferência, grosso modo, do qual guardará 30% para consolidar as suas posições futuras.
No entanto quem ler o título e artigo d’A Bola apenas pensa que a Banca nos ficará com uma fatia de leão do valor. Mas todos sabemos a quem eles respondem, e de que negócios eles são obrigados a elogiar, mesmo considerando transferências de 80M para clubes bávaros negócios que nem metade desse valor realmente tiveram.
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