O que quero com as saídas de Alex, Leo e Deo? Uma bomba e formação!

Hoje em dia é qualquer pessoa que siga o desporto em Portugal sabe que o Futsal é o segundo maior desporto nacional, e por uma larga margem. Ao longo das últimas décadas o Sporting Clube de Portugal tem sido a maior equipa nacional desta modalidade, com períodos de forte domínio intercalados com outros em que a liderança tem sido repartida com o Benfica.

Os últimos anos foram de uma clara hegemonia, e nem a perda do campeonato o ano passado a minimizou visto ter sido o ano em que conquistamos finalmente a tão ansiada Liga dos Campeões. Somos das maiores potências mundiais, temos um plantel fora de série, o melhor treinador do mundo em Nuno Dias e a competência e sinergia que tem com Miguel Albuquerque, líder do Futsal até ao inicio deste mandato e actualmente líder das modalidades de pavilhão por inteiro, fazem-nos uma equipa feita para vencer.

Na última semana saíram no entanto notícias que abalaram alguns Sportinguistas. Deo, Leo e Alex estão de saída. Todos eles excelentes jogadores, todos eles importantes nas conquistas das últimas temporadas, e todos eles ficarão nos nossos corações.

Alex é o caso que menos custa ver sair no entanto. O ala/pivot é um excelente jogador, e foi sendo útil ao longo destes dois anos. Quando o vimos chegar, na altura com 25 anos, parecia que seria a aposta de longo prazo para a ala, e que um dia pudesse tomar o lugar actualmente de Cavinato ou de Merlim. Não conseguiu nunca, e mesmo a pivot houve nunca se conseguiu tornar um jogador decisivo.

Será que iria rebentar mais tarde, e aos 27 anos ainda ascender ao topo da hierarquia leonina? Talvez, mas parece que a nossa estrutura achou que a estagnação seria real, e como tal esta saída é altamente perceptível.

Leo custa mais claramente. O fixo Cazaque, nascido no Brasil, é um jogador que me habituei a defender de alma e coração. Um verdadeiro leão, e um jogador claramente de topo mundial. Um homem com três Ligas dos Campeões não podia ser de outra forma certo? Agora temos de olhar para a sua idade, e os 32 anos são um factor de relevo. Não está fora de prazo claramente, mas temos em João Matos outro fixo com 33 anos. Isto enquanto que cada vez mais Erick Mendonça se mostra como o futuro, e presente, do Sporting. E aos 24 anos será dele o lugar.

Tendo Erick como a solução principal, faz sentido ter Matos e Leo, ambos salários elevados, como alternativas? Sinceramente acho que não. Faz todo o sentido manter um deles, e nesse caso pelo que representa para o clube, e tendo sempre jogado com as nossas cores desde os quinze anos, João Matos terá sempre de ser quem fica.

Deo é no fim de contas quem mais vai custar ver partir. Um dos atletas mais titulados de sempre do Sporting Clube de Portugal, e o atleta mais titulado do Futsal Nacional, é uma perda sempre para as nossas cores. Ainda esta temporada, em que achava que Deo já não conseguiria render, o vi a fazer dois ou três jogos em que jogadas de génio suas desbloquearam a partida.

Mas se o coração pede para Deo ficar, quem sabe para sempre, a lógica da sua partida é perceptível. 37 anos pesam, e por muito que me custe é provavelmente a decisão lógica. Nunca será esquecido, será sempre recebido na nossa, e sua, casa, o Pavilhão João Rocha, como uma lenda leonina. E todas as honras que se lhe façam serão sempre poucas. Mas racionalmente é a decisão certa.

O Futuro está em risco? O que fazer?

Olhando friamente para o plantel vimos que não saiu nenhum titular indiscutível. Mantemos o melhor guarda redes do mundo Guitta, com bons suplentes vindos da formação.

Os fixos temos agora quase um formação all-in. Erick Mendonça e João Matos nas duas primeiras posições, com Tomás Paçó e Ricardo Pinto a pensarem que podem seguir os passos dos seus ídolos e colegas. Tomás Paçó já o ano passado somou nove jogos, e poderá funcionar bem como terceiro na hierarquia dos fixos, mesmo que possa um jogador polivalente mais velho tomar o lugar em alguns jogos.

Nas alas a riqueza era tão grande que mesmo com a saída de Deo e Alex continuamos a ter melhor que qualquer outro por cá. Os dois monstros Cavinato e Merlim são completamente dominadores e são ainda hoje dos melhores do mundo, mesmo que tenham os dois acima dos trinta e três anos.

Depois temos Taynan, o craque que este ano tínhamos ido buscar e que se revelou mesmo um jogador perfeito para o clube, e ainda com apenas 27 anos. Pauleta tem-se revelado útil também, e é jovem, e Pany Varela tem sido constantemente um jogador que responde bem quando é chamado.

Qualidade? Sim, com fartura e alternativas, mesmo com as saídas.

O único sector que não temos assim tanta fartura é nos pivots de raiz, e onde realmente Alex podia dar algum apoio. Mas não tendo fartura temos dois monstros. Rocha é dos melhores pivots jovens do mundo, e a sua presença na selecção brasileira mostra isso mesmo. Tem uma força física fantástica e presume-se que pode aguentar a carga da temporada quase toda a seu cargo.

Cardinal por outro lado tem problemas físicos e o peso da idade, todos sabemos e sabemos que não poderá estar lá o ano todo. Será sempre um jogador guardado para as fases finais do campeonato e para as competições europeias. A questão é que nesses jogos Cardinal é dos melhores jogadores do mundo, e dos melhores jogadores portugueses da história. A força e classe com que domina os grandes jogos tornam-no na arma perfeita, e vale o sacrifício de só o ter durante não poder jogar regularmente toda a temporada.

Mas aí também temos de contar com a formação, e sabemos que temos feito bom trabalho nessa área. Mantendo grande parte da estrelas temos tudo para manter a força, e complementar com a formação. Até porque alguma da formação tem potencial para gerar talentos fantásticos como Erick, Matos ou Benedito.

E claro, ir buscar um super reforço, uma bomba, dá sempre um estimulo adicional. Vem na imprensa nos últimos dias que poderemos ir buscar Léo Santana. É um movimento forte, visto ir buscar um titular da selecção brasileira ser sempre algo convincente.

É um upgrade claro em relação a Alex, e é um jogador habituado aos grandes palcos e finais. Se aceito um plano destes, de uma bomba e um par de miúdos da formação, para a saída de Leo, Deo e Alex? Sim, claramente. Se esse reforço for então Léo Santana, que nesta fase é melhor que qualquer um dos três, aceito perfeitamente ter como alternativa miúdos mais jovens.

Agora é esperar que Miguel Albuquerque e Nuno Dias continuem a fazer o que têm feito, porque os resultados têm claramente compensado.


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Comentários

Um comentário a “O que quero com as saídas de Alex, Leo e Deo? Uma bomba e formação!”

  1. Nelson Campos

    O miguel e’ um dos traidores

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