O Sporting contratou Rúben Amorim no dia 5 de Março, sendo que ficou de pagar no mesmo dia a primeira tranche de 5 milhões de euros ao Braga, de um total de 10 milhões, mais juros e impostos.
O Sporting não pagou, e isso é grave. Faz parte da honra e do bom nome do clube cumprir. Além dos riscos que isso acarreta, desportivos mas não só.
Hoje vem Salgado Zenha falar à Sporting TV fazendo desta situação algo normal e natural. Depois diz isto, atentem bem, e leiam cada palavra.
Está previsto na lei que alterações de circunstâncias fundamentadas por alterações anormais do contexto após a assinatura do contrato podem sofrer alterações. Não há uma alteração mais anormal do que nós estamos a viver hoje. Não existe, acho eu. Eu acho que isto está completamente salvaguardado.
Vamos ignorar o facto de o Sporting ter contratado por mais de dez milhões de euros um treinador quando já se adivinhava que poderia vir uma declaração de estado de emergência e mundo já se estar a preparar para o que aí veio. A contratação foi a dia 5 de Março, e nessa altura o COVID-19 já era algo perigoso e em crescendo. O Sporting tendo um Presidente Médico mais do que qualquer outro devia perceber isso.
O mais grave aqui é que Salgado Zenha, para evitar fazer a figura de caloteiro, abre a porta a algo ainda mais perigoso. Diz que se podem alterar os contractos por virtude da situação que se passou.
Aposto que os tipos da NOS estão a esfregar as mãos de contentes depois de ouvirem isto e a preparar-se para nos pedir para recebermos menos dinheiro. Afinal o nosso vice-presidente diz que se podem alterar os contractos.
E o Manchester United? Pode alterar as cláusulas que faltavam do Bruno Fernandes?
E Rafael Leão? Boa altura para dizer que afinal se calhar tem de pagar menos, se bem que esse com a ligação ao Mendes ainda saca um bom acordo.
Agora ter ido buscar um treinador, o terceiro mais caro da história do futebol mundial, e não pagar nem a primeira tranche. Para um mês depois vir dizer que é normal, choca-me como Sportinguista, e ficar com a fama de caloteiro, justificada, chateia-me ainda mais.
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