Henrique Monteiro quer o fim da Democracia no Sporting

A democracia é algo simples em conceito. As decisões de quem gere algo são passadas pelo crivo do voto de todos os interessados, e caso haja uma maioria de interessados a favor a decisão avança. Este simples conceito leva a que por vezes seja chamada de Ditadura da Maioria, e como disse Churchill a Democracia é a pior forma de governo, se não contarmos todas as outras que foram tentadas.

Hoje Henrique Monteiro vem por escrito de novo, tal como alguns outros “notáveis” têm vindo a fazer nos últimos tempos, a necessidade de acabar com a verdadeira democracia no Sporting.

Mas leiam para não se poder dizer que se está a truncar a informação ou algo do género.

Acho engraçado que se fale nisto numa altura em que se está a falar, dentro e fora da direcção, de voto remoto digital. Com voto remoto digital, ou outra forma de i-Voting, deixa de ser realmente um problema a questão das AG’s ruidosas, em que um ou o outro lado tentam boicotar os trabalhos falando mais alto e gerando confusão.

E se deixa de haver esse problema, avançando no tempo para um sistema mais moderno, passar para uma democracia representativa, como a que Henrique Monteiro quer, é apenas uma regressão e não um avanço.

Um sistema destes, que segundo ele até poderia ser usado para depois mudar indiscriminadamente estatutos sem consultar todos os sócios, permite a cristalização do poder durante os mandatos. A verdade é que as pessoas mudam de opinião durante os quatro anos após uma eleição, e se o “partido” em que votaram tiver os votos todos nesta AG Representativa, nada poderá ser mudado durante essa vigência.

E falo na palavra partido mesmo propositadamente, pois um sistema representativo acaba por criar os partidos quase instantaneamente, e isso é o que pior podia acontecer a um Sporting que já por si está dividido em grupos grupinhos e grupetas.

Avancemos tecnologicamente de forma a se poder continuar a ouvir sempre os sócios, e até cada vez mais vezes, mais informados e mais honestamente. Mas continuar sempre a ter a decisão na mão de todos os sócios do Sporting Clube de Portugal, não as deixar na mãos de uns quantos partidos entretanto criados dentro do próprio clube.


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