Ontem no lance do penálti marcado por Jovane Cabral assistimos a um incrível adiantamento do guarda-redes do Vizela, impossível de não ser visto pelo VAR. Fiquei chateado, e ao intervalo até escrevi aqui (link) sobre isso mesmo.
Como os comentadores diziam ser bem decidido, e muita gente nos comentários vir com o mesmo argumento, fui rapidamente ver as regras da FIFA para estes lances.

É dito sem o mínimo de espaço de manobra que é uma infração punível com a repetição do penálti. Sem apelo nem agravo.
E uma lei como as que eu gosto, sem qualquer ambiguidade ou margem para interpretações dúbias.
Entretanto, um amigo chamou-me a atenção que via as regras de há dois anos, e que na temporada passada foram alteradas. Fiquei surpreso, por ser uma regra bem desenhada, e fui ver a nova regra.

E algo que tinha uma regra bem-feita, e dava pouca margem a roubos, passa a ser uma licença para roubar. Tomemos, por exemplo, o lance de ontem. Conforme a regra actual pode dizer que o árbitro decidiu bem ou mal. Dá para ter as duas leituras do lance.
Tudo isto se baseia no subjectivo de achar ou não que o avanço, em que retira mais de 10% do espaço entre a baliza e o avançado, foi motivo para perturbar Jovane.
Se assumirmos que esse movimento fez Jovane tentar colocar a bola mais por cima e com isso falhar, o árbitro decidiu mal. Se pensarmos que Jovane nem sequer reparou na movimentação do guarda-redes, de repente o árbitro decidiu bem.
Com isto qualquer árbitro que queira fazer pender o jogo para um dos lados passou a ter permissão para isso mesmo. Ou seja, a FIFA trocou uma regra justa e clara, por uma licença para roubar.
Vamos ver como outros lances do género serão avaliados durante este campeonato.
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