Quando Matheus Nunes se estreou pelo Sporting o ano passado não me entusiasmou em particular. Mesmo sabendo que muitos Sportinguistas o adoraram desde logo como um potencial muito acima da média não vi naquele jovem que surgiu no lugar seis como alguém que me enchesse as medidas.
Na realidade isso só começou a acontecer quando passou para a posição oito, em que a sua inteligência, condução de bola, e tendência para marcar golos decisivos me fizeram fazer adorar este jovem talentoso.
No final da temporada passada já muitos pediam a sua titularidade em vez de João Mário, e cada vez mais se adivinhava que seria muitas vezes rodado o lugar caso João Mário ficasse por cá.
Não ficou e Matheus Nunes mostrou entretanto que é nesta altura já muito mais jogador que o actual jogador do Benfica. Isto dói a muita gente, especialmente à imprensa, que estavam desesperados por poderem atacar o nosso luso brasileiro.
Um jogo menos conseguido pela Selecção Nacional na passada quinta-feira frente à Irlanda deu-lhes o mote que esperavam. A quantidade de vezes que ouvi na primeira parte criticarem o nosso meio-campo porque se tinha optado por mais musculo e físico em vez de talento, como poderia ser com Renato Sanches.
Sinceramente penso que Renato Sanches até será um jogador mais físico, de potência e arranque, que Matheus Nunes, que apesar de ser bastante alto se firma especialmente pêlos dotes técnicos.
Isto enquanto continuavam a bater no meio-campo, enquanto os laterais, um adaptado e outro que seria sempre uma escolha posterior a Ricardo Pereira se houvesse um seleccionador isento, espalhavam um conjunto de erros defensivos e ofensivos dignos de um Estrela da Amadora contra o Casa Pia.
Mas o foco era só um, o meio-campo e especialmente Matheus Nunes. E resultou, pois no dia a seguir Matheus Nunes, que tem sido das maiores figuras do campeonato, já era tratado nos cafés e redes sociais como um jogador banal.
Um jogador que faz um dos primeiros jogos na selecção, desenquadrado dos colegas, e mesmo assim muito menos culpado que Dalot e Nelson Semedo era convertido na besta da selecção.
O karma não dorme no entanto, e sem Matheus Nunes ontem ainda conseguimos ter menos meio campo. Dá que pensar, enquanto esta selecção continua a ser um pasquim digno da imprensa que a elogia.
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