Não posso ser mais sincero quando digo que fiquei abismado quando vi o onze escalado por Fernando Santos para o jogo de hoje. Sei que ele é provavelmente o treinador menos corajoso da história, mas só esperava este plano de duplo trinco frente à França e Alemanha.
Ainda houve uma leve esperança quando vi o onze escalado para ser um rasgo táctico de Fernando Santos e Danilo fosse jogar a central, passando para um 3-5-2 onde jogaríamos com dois pontas de lança, Diogo Jota e Ronaldo, pois é essa a forma que todos sabemos que faz render Ronaldo.
Sim, há muito que Ronaldo se tornou o melhor avançado centro do mundo, mas apenas quando joga em cunha com outro avançado. Jogando sozinho no meio de dois, ou três centrais, tira-lhe espaço, retira-lhe capacidade de triangular, e permite que seja marcado de forma implacável.
No entanto, quando tem outro avançado ao lado tudo muda. E nos espaços gerados pelo outro avançado é dos jogadores mais mortíferos da história, senão mesmo o mais mortífero.
Começa o jogo e fica provado que a equipa é mesmo a fórmula ultraconservadora de Fernando Santos, num formato horrível. Os dois trincos atrapalham-se um ao outro, forçam uma constante de passes para o lado e para trás e ninguém te capacidade para transportar a bola.
Ronaldo com todos os centrais em cima de si não tem forma de arranjar espaços, e os dois extremos bem abertos não conseguem regularmente fazer chegar as bolas ao goleador.
E claro, Bruno Fernandes sem um nove puro para alargar à frente, nem um oito atrás para lhe transportar jogo, ficou, tal como todos os outros jogadores ofensivos dependente apenas das bolas longas dos centrais.
Pobre demais e todas as pessoas viram que não funcionou. A Hungria não dava espaço, e mesmo assim qual a decisão de Fernando Santos para primeira substituição? Tirar Bernardo Silva, talentoso sempre e com capacidade para jogar em blocos fechados, e meter Rafa Silva, que é um jogador de espaços e velocidade, onde não havia espaços.
A teimosia durou até aos oitenta e um minutos, em que finalmente tira um dos trincos para colocar um jogador com bom transporte de bola, e um nove para auxiliar Ronaldo. Resultado? 3 golos em dez minutos.
Incrível como o erro táctico que estava à vista de todos só foi corrigido aos 81 minutos por Fernando Santos, que, no entanto, continua a ser o mestre da estrelinha, mesmo sendo tacticamente horrendo.
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