Vi por 106 vezes Mathieu envergar a camisola verde e branca. E não tenho dúvidas que quando um dia contar ao meu filho os grandes jogadores que passaram pelo Sporting.
Lembro-me bem quando chegou ao clube as dúvidas que todos tivemos sobre a sua forma física. Chegou até para treinar apenas à experiência para validar se estaria ou não em condições para fazer uma boa temporada por cá. A experiência deu nota positiva, assinou, e rapidamente se impôs como um dos grandes centrais da história do Sporting.
Não me lembro de Luisinho, que muitos falam como o melhor que viram, mas lembro-me bem de Valcx, Naybet, Marco Aurélio e André Cruz. E digo sem qualquer sombra de dúvida que foi melhor que eles.
A maneira como com calma controlava a defesa. A velocidade com que atacava cada lance, mas acima de tudo os movimentos defensivos que fazia sem bola e me deliciavam no estádio. Como é tão bom ver um jogador defender apenas posicionalmente com este nível.
E depois claro, as cavalgadas para o ataque. Quando já ninguém se aguentava em pé o velhinho Mathieu com a bola colada ao pé, ou sem ela para dar uma linha de passe ao colega, galgava metros imparável. Irei ter saudades, muitas mesmo.
Os livres ficarão também para a história. Junto aos de Balakov, André Cruz e Bruno Fernandes. Letal e mágico.
E bonita homenagem hoje, e belas palavras. Agora que se faça um grande jogo de despedida quando se puder voltar a encher Alvalade, nem que seja em 2022. Mathieu merece. Merecia também ter-se despedido em campo, e não desta forma lesionado. E Mathieu merecia ter sido campeão. Merecia, mas não teve esse direito. Que a vida lhe sorria sempre.
Até sempre Mathieu.
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