Ontem o Sporting foi a Paços de Ferreira vencer o clube local por duas bolas a zero, como se costuma dizer sem apelo nem agravo. Mesmo que não tenha sido a melhor exibição de sempre foi uma exibição sólida quanto baste, e nunca pareceu que o resultado pudesse vir a ser diferente.
Hoje o alvo dos nossos adversários tem sido a arbitragem. Isto porque consideram que o penalti foi erradamente assinalado. Aceito isso com alguma facilidade, no entanto há um pormenor importante, dificilmente o VAR poderia retirar esta decisão.
Segundo o protocolo do VAR este só pode reverter um erro claro, e o lance é duvidoso na melhor das hipóteses. A bola toca no braço do jogador do Paços, impedindo a progressão da mesma. O braço estava claramente levantado, aumentado em muito a volumetria. Aqui a única salvação é a bola vir de um ressalto, e aí entramos na parte subjectiva da questão. Aceitaria facilmente se não fosse marcado penalti, mas dizer que foi um erro claro é má fé.
Tal como de má fé, e contra o Sporting, foi esta arbitragem, em que acabamos a receber seis cartões amarelos em apenas 12 faltas. Uma média completamente disparatada, e quem viu o jogo percebeu o quão errado foi o critério. Até porque para o Paços de Ferreira apenas seguiram 2 amarelos, em 18 faltas. E houve várias para amarelos óbvias, aquela de Eustáquio, aos 57 minutos, à entrada da área com um jogador do Sporting isolado é a mais incrível de não ter gerado amarelo.
Assim Fábio Veríssimo condicionou desde logo o jogo, mas também os próximos, pois numa epoca atipica como esta ainda vai ser mais relevante a questão das ausências disciplinares.
Os Jogadores do Sporting
Adán fez um bom jogo, mesmo não tendo sofrido nenhum remate enquadrado. Pode parecer estranho, mas não é. Mostrou critério a organizar a defesa e capacidade de transmitir calma e confiança. Agora Neto aproveitou isso demais, e o excesso de confiança, aliada a uma capacidade frágil de tratar a bola, fizeram os Sportinguistas passar alguns calafrios, sendo a pior unidade da defesa.
Coates voltou a estar imperial defensivamente, mostrando até alguma química com Feddal. Química essa que resultou em grande no golo que marcou com boa assistência do marroquino. Feddal que a defender não esteve mal, mas tentou usar e abusar do passe longo, com sucesso moderado. Se a taxa de acerto aumentar pode ser uma boa arma, de um jogador que se nota que não é tosco.
As alas entregues a Nuno Mendes e Porro são neste momento o ponto mais fácil de se gostar no Sporting. Dois jovens, mas que estão a jogar muito personalizados e com uma qualidade bem acima da média. Os 14 cruzamentos feitos por Nuno Mendes num jogo apenas, 8 deles certeiros, são a prova disso mesmo, e um novo record do campeonato.
Se as alas têm estado bem o miolo é de longe a maior fonte de problemas. Wendel esteve melhor, não fez grandes erros, mas na realidade produziu pouco. Já Matheus Nunes está a pedir que Palhinha recupere rapidamente do Covid e assuma o lugar, porque assim é jogar com menos um.
Vietto continua na sua bipolaridade. Mesmo jogando como referência na frente é uma ameaça quase nula em termos remates, sejam de longa, média ou curta distância. Por outro lado a bola sai sempre redonda dos seus pés, e foi dos jogadores que mais perigo criou para outros. Não fez um mau jogo, longe disso, mas precisa de algo mais.
Jovane marcou o golo de penalti, e pouco mais de relevante antes de sair lesionado. Já Tiago Tomás ganhou o penalti, teve um par de boas arrancadas, e podia ter marcado em duas ocasiões. E se tivesse passado a Nuno Santos quando se isolou apenas com o guarda redes em sua frente, teria somado uma assistência fácil.
Nuno Santos que entrou para o lugar de Jovane, e entrou bem. Rápido, aguerrido e sabe o que fazer e quando fazer. Não recebeu nenhuma bola de golo, nem teve propriamente bons alvos para servir na área para conseguir assistir, mas somou boas indicações e pede mais tempo para breve.
Outro que pediu mais minutos foi Daniel Bragança, entrando para o lugar de Vietto, teoricamente entre o falso nove e a posição dez, conseguiu alguns momento interessantes, um deles de belo efeito ao picar a bola por cima de um adversário para a ir recolher mais a frente, e três passes longos de excelente qualidade.
Já Antunes e Sporar entraram tarde, e para deixar algumas duvidas. Primeiro que tudo o Português entrou para lateral direito substituindo Porro, causando alguma estranheza, e somando algumas duvidas sobre Ristovski que não foi convocado, e não é conhecida nenhuma lesão.
Sporar por seu lado entrou para em pouco mais de dez minutos tocar apenas quatro vezes na bola, falhando dois passes, e perdendo a bola nas outras duas vezes. E isto saindo da ala direita, provavelmente para tentar conectar com cruzamentos de Nuno Mendes e Nuno Santos vindos da esquerda, mas foi algo que acabou por não aconteceu. Gosto muito dele, mas a sua passagem por este jogo foi algo que se esquece com facilidade.
Conclusões
Um jogo que, tal como o de quinta feira frente ao Aberdeen, dominámos todo o tempo, e que mesmo sem nota artística ganhamos facilmente.
A exibição foi melhor, mas as dúvidas sobre o meio campo não deixam de crescer. Mas sabendo que Pote e Palhinha ainda continuam de fora muito pode mudar em breve. Preparar agora o jogo de quinta feira para o Playoff da Liga Europa frente ao LASK, e esperar que já haja mais recuperados, e já agora que a lesão de Jovane seja algo de rápida recuperação.
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