Lembro-me bem da primeira vez que ouvi falar a sério de Joelson Fernandes. Era na altura Marcel Keizer treinador do Sporting e andava maluco com um miúdo que ainda tinha apenas 15 anos e que o treinador já estava até pensar em lançar.
Por um motivo ou outro não o pode fazer, mas mesmo no tempo de Silas se continuava a ouvir falar deste talento que se dizia ser dos maiores que já passaram na nossa academia. Fiquei meio entusiasmado, e ao mesmo meio com medo. Já vi demasiados talentos do Sporting serem falados desta forma, e depois surgirem como craques do Football Manager, mas que pouco passaram disso. Desde João Paiva a Edgar Marcelino, passando é claro pelo inigualável Fábio Paim.
E no Football Manager seguinte lá estava ele em toda a sua glória, mas, no entanto, parecia algo diferente. Isto porque fez desde logo parte das chamadas de Rúben Amorim à equipa principal para treinar e ser avaliado junto dos outros meninos que lançou eficazmente.
Joelson era na altura o mais novo dos meninos, e acabou por ser menos usado. Mas foi usado, e esteve sempre perto da equipa principal.
Ainda esta época, com 18 anos apenas, fez a pré-temporada com a equipa principal onde tentou-se mostrar a Rúben Amorim.
O que mostrou foi bom, mas não o suficiente para entrar no grupo de elite para este ano. E como nesta fase crítica da sua evolução precisa de jogar, e motivação, percebo que se tenha equacionado o empréstimo. Até porque o ano passado entre B e Sub-23 ficaram aquém do esperado do talentoso extremo.
Empréstimo ao Basileia
Para um empréstimo destes era importante encontrar um clube que tente jogar ofensivamente, que aposte no jogador, e se tiver competições internacionais.
O empréstimo ao Basileia aqui é fácil de entender com um clube onde se jogue para ganhar quase sempre, e em termos de competições europeias estão lá, mesmo que seja na nova Conference League.
Aqui a questão mais complicada será mesmo que aposte no jogador. Muitas vezes os clubes querem empréstimos destes para ter uma alternativa de banco, mas raramente estão preocupados com evoluir o jogador e dar-lhe mais tempo de jogo, isto em casos de empréstimos sem opção de compra, realista.
Por aqui se percebe a opção de compra existir, mas agora começam as perguntas.
Quais são as cláusulas, e em que termos são positivas?
Sabemos pouca coisa deste negócio. Apenas temos a duração, dois anos, e que existem cláusulas de compra e recompra do jogador.
Os dois anos nesta idade não me chora, e percebo a existência da cláusula de compra. E fico ligeiramente mais tranquilo com a existência da cláusula de recompra para nos salvaguardar. Mas tudo vai depender dos valores destas.
Imaginemos que o valor de compra são 3 milhões, e a recompra o dobro disso. Se Joelson se revelar mediano, mas útil, fazemos uma venda de 3 milhões. Pouco, mas já vi pior.
Se Joelson conseguir evoluir de forma a aproveitar todo o potencial que se lhe via, temos de gastar nós três milhões para o ter de volta. Aceito perfeitamente este valor com satisfação.
Mesma coisa se for uma cláusula de 5, e recompra de 10. Agora se os termos forem piores, imaginem uma cláusula de 3 e uma recompra de 12, as coisas começam a piorar.
Vou acreditar que quem fez este negócio saiba o que estava a fazer, este mercado e o anterior estiveram bem e merecem algum crédito.
Vamos ver então o que vai render Joelson no Basileia. E tenha sorte, porque quanta mais tiver, melhor também para o Sporting.
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