Neste momento é moda para muitos tudo aquilo que Bruno de Carvalho fez à frente do Sporting ser olhado como algo negativo ou populista. Sim, bem sei que também existe quem faça exactamente o oposto disto, o que torna o momento actual do Sporting ainda mais caótico, pelo menos nas redes sociais. No entanto há momentos em que a sua visão foi diferenciadora pela positiva, e que foram claramente à frente do seu tempo.
Começou pela história das cláusulas. 45 milhões para médios, defesas e guarda-redes. Extremos e avançados 60 milhões. Fossem eles bons ou apenas aceitáveis, passou a ser a bitola. Os adeptos dos rivais gozaram com os valores, mas na realidade estes apenas protegiam os interesses do Sporting, mesmo que por vezes não os fizessem para os jogadores.
Mais tarde apareceu um caso especial. Bruno Fernandes assinou pelo Sporting, mas em vez da cláusula de 45 milhões colocadas nos médios como habitualmente colocou-se 100 milhões num salto até aí nunca visto em Portugal. Mais uma vez gozo de morte por estarem a colocar este valor num jogador jovem vindo de Itália. No entanto hoje é esse valor que permite ao Sporting ter margem negocial.
Sinceramente não acredito que alguém vá chegar aos 100 milhões por Bruno Fernandes. Mas tenho quase a certeza que caso fossem 45 Milhões os valores de rescisão neste momento ninguém falaria muito connosco, e apareceria apenas esse valor depositado um dia destes sem termos nada a negociar.
Essa lógica de meter cláusulas altas, para ter garantido que o Sporting só perderia poder negocial em caso de propostas loucas por um jogador foi algo que Bruno de Carvalho defendeu intransigentemente, e que deveriam ser mantidas por toda e qualquer direcção. E basta olharem para o caso de Bruno Fernandes para perceberem que é a maneira certa de o fazer.
Mesmo que não gostem de Bruno de Carvalho, ou tenham críticas a fazer a aspectos do seu mandato, não hesitem em aprender com o que de bom fez, e claro, a melhorar os pontos onde ele falhava.
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