Não escrevi nada desde dia 30 de Agosto, mas tenho continuado a sofrer desta doença que me impede de desligar do Sporting e do nosso futebol. Como tal vi com atenção todos os desafios que fizemos. O melhor apontamento foi mesmo a questão de termos ganho os três encontros, a entrada positiva de alguns reforços, e a confirmação de Nuno Mendes como um grande jogador. Mas mesmo em pouco tempo de jogo uma das coisas que mais me agradou foi mesmo a entrada de João Palhinha.
Sei que muitos gostam da ideia de pensar que jogadores inteligentes como Daniel Bragança podem ser um elemento de pressão alta forte, e de recuperação de bolas constantes. Isto usando a capacidade táctica em vez da parte física. Gosto desse pensamento, e acho que mesmo os jogadores menos físicos sejam sempre um elemento de pressão alta, no entanto quem viu a entrada de Palhinha em campo, e a forma em que toda a equipa cresceu de repente à volta dele teve de perceber a falta que faz um elemento destes.
Com três centrais a equipa precisa de um elemento que faça ligação defensiva entre sectores. Seja ele partir do meio campo centro para enfrentar trincos e centrais adversários com bola, com a seguir ir para posição seis mais tradicional ajudar o bloco defensivo como elemento livre.
Esta força, disponibilidade física para andar neste constante vai e vem, e ainda inteligência táctica para decidir quando se deve seguir à pressão, e quando se deve fixar posição, é uma característica de João Palhinha.
Uma coisa engraçada é que quando defendo Palhinha surgem logo pessoas a dizer que estou a desvalorizar a capacidade defensiva de jogadores de mais fino recorte como Daniel Bragança. Gosto muito de Daniel Bragança, e não desvalorizo essas características. Acho é que desde sempre se desvalorizou a capacidade de Palhinha com bola por ser um jogador grande e com físico forte.
Palhinha, não sendo um jogador de grande capacidade de drible, tem um bom toque de bola, sabe muito bem aguentar sob pressão, e tem uma capacidade de decisão de passe bastante interessante. Não será nunca ele o elemento criativo, mas é um jogador competente.
Somando o que dá sem bola, ao que não se perde assim tanto com bola, e o que se ganha em ter mais um jogador fortíssimo no jogo aéreo, faz-me pensar que podemos pensar claramente em Palhinha como um dos jogadores que deverá fazer parte de uns 14-15 jogadores de base do plantel.
Haverá jogos, especialmente em casa, que podemos abdicar de Palhinha, ou de um central, mas haverá muitos em que ter Palhinha dentro de campo será fundamental.
Se não tivermos Palhinha, teremos de ir buscar um jogador semelhante, o que será obviamente algo complicado se recebermos 10 ou 12 milhões de euros, que líquidos normalmente são bem menos.
Como tal acho que Palhinha deve continuar no plantel, deve ser um dos elementos chave, visto ser alguém que tem muitos anos de casa e até um perfil de liderança, e até poderia entrar no lote dos capitães.
Agora que dá um certo gosto ver um carregador de piano de qualidade como Palhinha, e que ajuda a equipa como um todo, isso é inegável.
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